segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Atividade de aprendizagem

Atividade de aprendizagem

A plurissignificação da linguagem literária

“Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta sem interesse pela resposta pobre ou terrível que lhe deres: Trouxeste a chave?”
Drummond


Problematização

A linguagem, principalmente a presente nos textos literários, está marcada pela plurissignificação e por sua abertura e incompletude.
A primeira característica refere-se ao significado que as palavras e/ou expressões assumem de acordo com o contexto em que estão inseridas. A segunda constitui a possibilidade de o leitor construir o significado do texto a partir de sua bagagem de leitura, de sua imaginação e de sua capacidade de interpretação.
Esse aspecto da linguagem (muito acentuado no texto literário) faz com que o texto seja concluído pelo leitor. O texto somente se torna completo no momento em que o indivíduo lê, tem um entendimento do texto e atribui um significado a ele.
A compreensão da linguagem conotativa é resultado do conhecimento amplo do léxico da língua, bem como das reflexões sobre os usos da mesma e requer dos leitores um curto “amadurecimento” da habilidade de leitura.
Esse processo, para leitores que tem o português como segunda língua e a língua de sinais a sua disposição, exigem, portanto, em um primeiro momento um maior domínio da capacidade criativa, que pode ser expressa por meio da sua língua para que se torne possível o amadurecimento da capacidade lógica cognitiva para aprender uma segunda língua.
Através da língua, as crianças discutem
e pensam sobre o mundo. Elas estabele-
cem relações e organizam o pensamento.
As histórias e a literatura são os meios de
explorar tais aspectos e tornar acessível à
criança todos os recursos possíveis de ser
explorados.(R. M. de Quadros e M. L. P.
Schmiedt)

Partindo-se desse pressuposto, de que os alunos surdos precisam tornar-se leitores na língua de sinais para se tornarem leitores na língua portuguesa, as atividades propostas nessa atividade de aprendizagem destacam o desenvolvimento da capacidade de compreensão leitora utilizando o componente visual-espacial e a interação entre a língua escrita (língua portuguesa).

Conhecimentos científicos a serem trabalhados- Conotação e Denotação.

Objetivos

.Desenvolver a habilidade de leitura da linguagem verbal e não-verbal.
.Ampliar o vocabulário através da leitura de histórias, apólogos e fábulas.
.Compreender o significado das palavras de acordo com o contexto em que estão inseridas.
.Ler textos estabelecendo relações com a época em que foram escritos e com a situação de uso desses textos.
.Promover a interação, através da língua de sinais, da oralidade e da escrita.

Ações

• Exposição de cartoons, através de multimídia, para posterior leitura/análise das imagens*.
• Pesquisa de charges e cartoons em jornais, revistas e internet.
• Socialização das pesquisas.
• Leituras de frases em que a palavra “mão” é empregada com diferentes significados.
• Reescrita das frases, substituindo a palavra ou expressão com significado equivalente.
• Leitura de fábulas.
• Dramatização das fábulas lidas.

* É importante destacar que as imagens nesses cartoons constituem um texto.

Meios

• Leituras
• Pesquisas
• Análises
• Produção escrita (em grupo).
• Dramatização.


Avaliação do Resultado


Será analisada a mudança de comportamento dos alunos em relação ao conteúdo trabalhado. Considerar-se-á o envolvimento dos educandos nas atividades e o desenvolvimento dos conhecimentos científicos abordados na atividade de aprendizagem. Como o trabalho não será dado como concluído somente com esta atividade , o tema será retomado sempre que houver necessidade..

Observação:Essa atividade será desenvolvida em uma turma do 1º ano do Ensino Médio. Participarão da atividade todos os alunos da turma e o aluno surdo contará com a ajuda da intérprete e do SAED.

Referências bibliográficas

QUADROS, Ronice Maria de. Idéias para ensinar português para surdos. Secretaria de Educação especial. Ministério da Educação.
PROPOSTA CURRICULAR DE SANTA CATARINA – Língua Portuguesa e Literatura.

Anexos

Sabemos que nossa Língua Portuguesa oferece diversas possibilidades de utilização e interpretação das palavras de acordo com sua significação. A significação determina a utilização adequada dos vocábulos em situações e/ou momentos oportunos. Saber usufruir “bem”, determinará o grau de entendimento, comunicação e inter-relação entre os sujeitos.
Vejamos:

MÃO

Relacione os diversos sentidos da palavra mão ou das expressões em que ela aparece:

(1) Ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
(2) Tinha sob sua mão muitos empregados.
(3 ) Passe mais uma mão de tinta nesta parede.
(4) Dirija na sua mão que nada acontecerá.
(5) Poderia me dar uma mão neste trabalho?
(6) Recolha tudo o que estiver à sua mão.
(7) Não vou abrir mão dos meus direitos.
(8) Esta é uma notícia em primeira mão'.
(9) Não costumo comprar carro de segunda mão.
(10) Tenho que darias mãos à palmatória.
(11) Recebeu o carro de mão beijada.
(12) Vão passando as folhas de mão em mão.
(13) Este quadro foi feito por mão de mestre.
(14) Lancei mão de todos os recursos.
(15) Macaco velho não mete a mão em cum¬buca.
(16) Mãos à obra.
( ) Domínio, poder.
( ) Parte do corpo na extremidade dos braços.
( ) Ajuda, auxílio.
( ) Alcance.
( ) Desistir.
( ) Que ainda não foi divulgada.
( ) Gratuitamente, de graça.
( ) Utilizei-me, servi-me.
( ) Camada.
( ) Direção do trânsito nas ruas e estradas.
( ) Reconhecer a culpa.
( ) Pedir em casamento.
( ) Já usado; o dono atual é o segundo possuidor.
( ) De um para outro; de pessoa em pessoa.
( ) Bem feito.
( ) Não é logrado.
( ) Não trouxe nada, não conseguiu nada.
( ) Atirar-se ao trabalho com entusiasmo.
( ) Ter absoluta confiança na honestidade de
alguém.

Cartoons

Fotos














































domingo, 16 de novembro de 2008

Sentir

Em uma época em que o mundo vive um período tão crítico, começa-se a perceber que é preciso valorizar mais o "ser", o "sentir" e o "conviver". Já temos grandes provas de que os absurdos do Capitalismo (como o consumismo inconseqüente, incentivado e sustentado pela mídia) são os causadores dos grandes problemas que, hoje, a sociedade enfrenta. O texto a seguir, escrito por um aluno de Ensino Médio, nos possibilita refletir sobre a postura do homem moderno e sobre o desafio que tem cada um de nós na construção de uma mudança na maneira de ver, compreender e "sentir" a realidade, bem como na maneira de atuar nesse espaço.

Sentir
Se instalou um caos no mundo. O mundo esqueceu coisas primordias a sua sobrevivência; o mundo já não sente.
As pessoas buscam mais dinheiro, mais carinho e mais felicidade, mas esquecem de sentir. Esquecem que, quando se coloca sentimento nas coisas, elas ficam melhores. Não sentem a emoção por trás das músicas, o sofrimento por trás da arte, a vida; vida que vem com o amanhecer, com o cheiro da chuva, com o brilho da lua, com o som do vento.
As pessoas estão sempre em busca da felicidade, sem notar que viver e "sentir" são a chave de tudo. Não percebem que são felizes; não têm tempo, as pessoas não têm tempo nem para pensar no que são, no que querem ser e em que estão fazendo.
O homem substituiu valores singulares, indispensáveis para sua existência, e criou padrões; e quem não se encaixa nesses padrões acredita que não pode ser quem realmente é.
As pessoas mudam e se transformam buscando se encaixar nos novos modelos e não notam que fazendo isso se tornam apenas mais uma peça, mais um rosto entre milhões. Nesse sistema, as peças imperfeitas são descartadas!
Mas ser imperfeito não é ruim. Sabe, há beleza nas imperfeições. Elas são únicas e para ver basta sentir.
Alex Junior Wingert Quadros - aluno da 2a série, turma 222, na E.E.B. São Miguel.

domingo, 26 de outubro de 2008

Atividade de aprendizagem

Lendo o texto literário

Problematização


Os alunos apresentam dificuldade para ler e compreender o texto literário. Existe, portanto, a necessidade de conhecer e entender os aspectos estéticos e as características desse texto.

Objetivos

  • Compreender a plurissignificação da linguagem literária, a partir do conhecimento das figuras estilísticas.
  • Perceber a intertextualidade existente nos textos.
  • Ler e identificar compreensiva e criticamente signos verbais e não-verbais. (Caderno - Diretrizes 3)
  • Entender as idéias ímplícitas nos textos.
  • Praticar a leitura de forma mais prazerosa e produtiva.

Ações

  • Leitura do livro Passarinho me contou - Ana Maria Machado.
  • Contextualização do período literário a partir da leitura de trechos de A carta de Pero Vaz de Caminha.
  • Leitura das poesias A canção do exílio de Gonçalves Dias, Pátria minha de Vinícius de Morais e trechos do Hino Nacional Brasileiro com posterior análise dos aspectos estéticos do texto poético.
  • Seminário sobre o livro Passarinho me contou, destacando o fator intertextualidade e analisando aspectos sociais, políticos, econômicos, históricos e culturais do país.
  • Produção de carta ao presidente da República, contando como está a realidade de sua cidade / região ou descrevendo o Brasil a partir de suas análises, concepções e valores.
  • Produção de paródia da poesia Canção do exílio.

Meios

  • Leituras
  • Pesquisas
  • Debate
  • Análises
  • Diálogo
  • Debate
  • Produção escrita

Avaliação do resultado

Será analisada a mudança de comportamento dos alunos em relação ao texto literário, considerando o envolvimento dos educandos nas atividades e a valorização desse texto a partir do trabalho desenvolvido.

Professoras: Leidimara Demozzi e Nilma Lutz
Série para a aplicação da atividade: 1a série do Ensino Médio

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Contos da tradição literária

Contos da tradição literária
Das narrativas do cotidiano à produção literária

A leitura de contos da tradição literária, como os de Machado de Assis, por exemplo, deve fazer parte dos programas de leitura do Ensino Fundamental. Sugere-se que o professor de Língua Portuguesa explore os contos machadianos, que constituem um acervo de múltiplas facetas em que variados temas se conjugam à exploração dos recursos da língua, para traduzir uma visão cômica, trágica ou irônica da natureza humana. Essa multiplicidade enriquece a gama de opções do professor, que deverá considerar as peculiaridades de seus alunos para proceder à escolha dos textos. Além disso, a natureza condensada desse gênero permite ao docente fazer a leitura compartilhada com seus alunos, para facilitar a compreensão da narrativa, provocar a participação do grupo e levantar questionamentos que promovam a transferência das significações textuais para a realidade cotidiana. Conseqüentemente, a leitura dos contos torna imprescindível um planejamento prévio do professor. Ele inclui uma escolha criteriosa, o levantamento de questões - oriundas da construção textual - que dinamizem a leitura coletiva, a proposição de atividades de interpretação que explorem aspectos implícitos da narrativa e a discussão sobre a possível transferência de sentidos para o contexto atual. Finalmente, o professor deve estabelecer a correlação do conto, já lido e analisado, com o autor e com o período estético-histórico-cultural para referendar as conclusões a partir de dados extratextuais.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Contos africanos

Contos africanos


A palavra, na cultura africana, têm um poder de ação, e ignorar aquilo que é pronunciado e verdadeiro significa cometer uma falha grave. No Brasil, os contos africanos preservados pela tradição oral foram transmitidos por africanos, aqui escravizados, e que atuavam como guardiões e guardiãs responsáveis por recriar a memória dos fatos e feitos de seus antepassados, ressignificando a vida nos novos lugares de morada.

Normalmente, o mestre contador de histórias não se limitava a narrá-las, mas através dessas histórias podia ensinar sobre diversos assuntos já que era um conhecedor generalista, que possuía a ciência da vida. No contexto do Brasil colônia, as negras velhas espalhavam essas histórias aprendidas, caminhando de engenho em engenho.

Hoje podemos dizer que muitos desses conhecimentos são reconhecidos na cultura brasileira e que os contos africanos e de afrodescendentes fazem parte do nosso imaginário social.